terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

o espelho de um momento

Ele dissipa o dia,
Ele mostra aos homens
as imagens soltas da aparência,
Ele retira dos homens
a possibilidade de se distrair.
Ele é duro como a pedra,
A pedra disforme,
A pedra do movimento e da vista,
E seu clarão é tal que todas as armaduras,
todas as máscaras são nele deformadas.
Isto que a mão pegou desdenhosa
mesmo de pegar a forma da mão,
Isto que foi compreendido não existe mais,
O pássaro se confundiu como o vento,
O céu com sua verdade,
O homem com sua realidade.

Paul Éluard
Tradução: Virna Teixeira

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