domingo, 27 de dezembro de 2009

sábado, 26 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alguns gostam de poesia

Alguns —
quer dizer nem todos.
Nem a maioria de todos, mas a minoria.
Excluindo escolas, onde se deve
e os próprios poetas,
serão talvez dois em mil.

Gostam —
mas também se gosta de canja de massa,
gosta-se da lisonja e da cor azul,
gosta-se de um velho cachecol,
gosta-se de levar a sua avante,
gosta-se de fazer festas a um cão.

De poesia —
mas o que é a poesia?
Algumas respostas vagas
já foram dadas,
mas eu não sei e não sei, e a isto me agarro
como a um corrimão providencial.

Wislawa Szymborska
tradução:
Elzbieta Milewska e Sérgio das Neves

aula de desenho

Amor como em casa

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

Quando cheguei a vida...



Vela sobre minha vida, meu grande amor imenso.
Quando cheguei à vida trazia em suspense,
na alma e na carne, a loucura inimiga,
o capricho elegante e o desejo que açoita.

Encantavam-me as viagens pelas almas humanas,
a luz, os estrangeiros, as abelhas leves,
o ócio, as palavras que iniciam o idílio,
os corpos harmoniosos, os versos de Virgílio.

Quando sobre teu peito
minha alma foi tranqüilizada,
e a doce criatura, tua e minha, desejada,
eu pus entre tuas mãos toda minha fantasia
e te disse humilhada por estes pensamentos:

-Vigiai-me os olhos!
Quando mudam os ventos
a alma feminina se transtorna e varia…

Alfonsina Storni
tradução:Héctor Zanneti
imagem-Joan Kocak

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

passagens

Deste-me o segredo de teu nome
E era pouco;
Deste-me luz, completo entendimento,
Uma força maior que a tua
Para quando eu me perdesse,
Juventude e paciência
Que vão juntas raramente
Apegaram-se a mim
Porque estive em tua presença
E ainda hoje permaneço
Leal a teus mandamentos.
Debaixo do sol, onde por um instante
Nos olhamos sem diferença
Eu pretendi este poema em teu louvor
E, como se não fosse por ti,
Me tornei imenso.

Mariana Ianelli
livro:Passagens

Balada dos casais

sábado, 28 de novembro de 2009

Era assim

Dá-me a tua mão

Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
[Clarice Lispector]

Sem título

sexta-feira, 27 de novembro de 2009