
"há labirintos que são uma renda
na qual os olhos se emaranham
e as mãos trabalham cuidadosas,
construindo detalhes
em voltas quase imperceptíveis
que cobrem e descobrem
e desenham desenhos impossíveis:
os mais belos.
nestes labirintos eu me perderia
com a alma leve
e o corpo a cantar
num ritmo de blues.
como se tecesse cada dia.
como se tecesse a minúcia,
a curva,
o fio tênue;
entremeadas as palavras
e os passos.
fôlego breve,
grito semi surdo,
olhos voltados para o encantamento.
vida a correr nas veias."
Silvia Chueire