Inútil definir este animal aflito. Nem palavras, nem cinzéis, nem acordes, nem pincéis, são gargantas deste grito. Universo em expansão. Pincelada de zarcão Desde mais infinito a menos infinito.
Eu não chamo o abandono de solidão Viver sob a noite estrelada/Atravessar Ponto na multidão/Quem não se sente só?
Sol na pele/Pingos de chuva em cada olhar Sinais/Passam nas carrruagens que vão pro mar Vão e não voltam mais/Antes me dão um nó
Quem repara bem na paixão Não separa um sim de um não Um não de um talvez Terá sua vez A primeira condição De um amor viver de ilusão Querer ser feliz Sugar na raiz... Tudo em você
Quem não sente a brasa dormida do coração pulsar/Diz alguém que não treme frente a visão Anjo que passa e vai/Imã que nos atrai
Mal secreto não pede esmola nem tem perdão Viver sob a noite estrelada [...] Tudo em você...tudo em você.
“O poder que eu quisera é dominar meu medo. Por esse grande dom troco meu verso, meu dedo, meus anéis e colar. Só meu colo não ponho no machado, porque a vida não é minha. Com um braço só, uma só perna, ou sem os dois de cada um, vivo e canto. Mas com todos e medo, choro tanto que temo dar escândalo a meus irmãos. Tristeza é o nome do castigo de Deus e virar santo é reter a alegria. Isso eu quero.”
“A vida não tem ensaio mas tem novas chances Viva a burilação eterna, a possibilidade o esmeril dos dissabores! Abaixo o estéril arrependimento a duração inútil dos rancores Um brinde ao que está sempre nas nossas mãos: a vida inédita pela frente e a virgindade dos dias que virão!”
Elisa Lucinda- Libação
"O segredo da felicidade e o cúmulo da arte é viver como todo mundo e ser como ninguém." Simone De Beauvoir
Eu não quero mais mentir Usar espinhos Que só causam dor Eu não enxergo mais o inferno Que me atraiu Dos cegos do castelo Me despeço e vou A pé até encontrar Um caminho, um lugar Pro que eu sou...
Eu não quero mais dormir De olhos abertos Me esquenta o sol Eu não espero que um revólver Venha explodir Na minha testa se anunciou A pé a fé devagar Foge o destino do azar Que restou...
E se você puder me olhar Se você quiser me achar E se você trouxer o seu lar...
Eu vou cuidar Eu cuidarei dele Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Do seu jardim...
Eu vou cuidar Eu cuidarei muito bem dele Eu vou cuidar Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Eu cuidarei do seu jantar Do céu e do mar E de você e de mim...
tão curta foi a palavra entre as bocas sobrou a distância. a boca na boca é um problema de tamanho. por exemplo. os beijos os teus beijos eram palavras enormes. agora faltam-te os centímetros nos lábios e esqueces-me em cada frase tua que não me cai na pele.
toda mulher tem um homem que se foi um homem que a deixou por outra um homem que a deixou por um câncer um homem que nem mesmo a notou um homem que a deixou por um ideal um homem que sumiu num temporal um homem que não passou de dois drinques toda mulher tem um homem que se foi um homem que foi pego em flagrante um homem que prometeu um brilhante um homem que saiu para jogar toda mulher tem um homem que esqueceu de voltar
Hoje, confesso, acordei com vontade de ser feliz. Amarrei, até, no pulso o amor-perfeito que foi secando no meu peito e retomei a velha máxima: não deixar que qualquer angústia atinja o coração. Um castelo de areia, é tudo quanto quero para acostar o meu barco de papel.[...]
Era tanta saudade/É , pra matar Eu fiquei até doente/Eu fiquei até doente, menina Se eu ficar na saudade/É , deixa estar Saudade mata a gente/Saudade mata a gente, menina Quis saber o que é o desejo/De onde ele vem Fui até o centro da terra/E é mais além Procurei uma saída/O amor não tem Eu estava ficando louco/Louco, louco de querer bem
Yeah, tum tum tum, tumtumtumtum, yeah...
Mas restou a saudade/É , pra ficar Ai, eu encarei de frente/Ai, eu encarei de frente, menina Se eu ficar na saudade/E deixar Saudade engole a gente/Saudade engole a gente, menina Quis saber o que é o desejo/De onde ele vem Fui até o centro da terra/Bem mais além Procurei uma saída/O amor não tem Estava ficando louco/Louco, louco de querer bem Quis chegar até o limite/De uma paixão Baldear o oceano/Com a minha mão Encontrar o sal da vida/E a solidão Esgotar o apetite/Todo o apetite do coração
Tum tum tum, tumtumtumtum, yeah...
Ai, amor, miragem minha, minha linha do horizonte, é monte atrás de monte, é monte, a fonte nunca mais que seca Ai, saudade, inda sou moço, aquele poço não tem fundo, é mundo e dentro um mundo e dentro... É UM MUNDO QUE ME LEVA...
Yeah, tum tum tum, tumtumtumtum, yeah... imagem deviantart.com
Entraste na casa do meu corpo, desarrumaste as salas todas e já não sei quem sou, onde estou. O amor sabe. O amor é um pássaro cego que nunca se perde no seu voo.
Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça. Calado estou, calado ficarei, Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam, Se represam, cisterna de águas mortas, Ácidas mágoas em limos transformadas, Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi: Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, Palavras que não digam quanto sei Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, Nem só animais bóiam, mortos, medos, Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi, Crispadamente recolhido e mudo, Que quem se cala quando me calei Não poderá morrer sem dizer tudo.
Eu quero me livrar desta poesia infecta beijar mãos sem elos sem tinturas consciências soltas pelos ventos desatando o culto das antecedências sem medo de dedos de dados de dúvidas em prontidão sangüinária
(sangue e amor se aconchegando hora atrás de hora)
Eu quero pensar ao apalpar eu quero dizer ao conviver eu quero partir ao repartir
filho pai e fogo DE-LI-BE-RA-DA-MEN-TE abertos ao tudo inteiro maiores que o todo nosso em nós (com a gente) se dando
HOMEM: ACORDA!
Ana Cristina Cesar-Deus na Antecâmara imagem - final toto
Sem explicação, ordem e motivo, me arde uma alegria, que não aceita ser felicidade, porque a felicidade é uma palavra muito longa e a alegria tem pressa. Não sei se é uma alegria herdada, uma alegria que esbarrou em mim e que me salvou de ter pensado demais para devolvê-la. Uma alegria que é muscular, como se o ar fosse uma guitarra encordoando o ar, e houvesse um amor me pedindo para falar baixo nos ouvidos ou uma criança me chamando pelo apelido que esqueci. Uma alegria sem dono, que poderia ser uma ovelha de água, uma orelha de mar, um poço com hálito de café, uma figueira entranhada de pedras, o barulho alaranjado do portão que denuncia a visita, a tosse do fogo, as ervas e suas cartas datilografadas sem acento. Uma alegria de deitar na grama e sentir que está molhada e não se importar com a roupa orvalhada e não se importar com a hora e com os modos, uma alegria que é inocência, mas sem culpa para acabá-la. Uma alegria que é descobrir os objetos no escuro. Uma alegria repentina, que me faz entortar o rosto para rir, que não me faz pôr a mão na boca com medo dos dentes, que me impede de me proteger. Uma alegria como um tapete que fica somente curtido no centro. Uma alegria de ficar com pena dos anjos e de suas asas pesadas como duas montanhas nas costas, suas asas como dois irmãos brigando em dia de chuva. Uma alegria de barca, que é empurrada ao seu início. Uma alegria de perceber que quanto mais gasto o tempo com os outros mais sobra para mim. Alegria de vida barata e da morte cara. Uma alegria sem saber para que serve, para onde vai, com as iniciais de xícara antiga. Uma alegria que não volta para a estante porque não saiu de nenhum livro lido. Uma alegria que se antecipa e faz sala ao quarto. E quase me faz acreditar que sou possível.
Empoleirado na torre do meu sonho, um anjo resplandece. Cílios cintilantes ,estrelas nos olhos ,ele me acena com plumas e me abraça com asas.Juntos vagamos entre rastros de astrosa cavalgar nuvens por planícies etéreas até que me sinto serena.É como se mudo dissera não temas véus ou névoas qualquer neblina passa. Mas eis que então fala:Não sejas cega, menina. O olhar de Deus tudo abarca.Só os homens têm pálpebras.
Também se pode regressar sem partir. Não são apenas os relógios que se atrasam, às vezes é o próprio tempo. E todos os cuidados são então necessários. Há sempre um comboio que rola a nosso lado sem luzes e sem freios. E pode faltar-nos o estribo ou já não haver lugar na carruagem da frente.
Nunca diga TE AMO se não te interessa. Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem. Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração. Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti. A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo.
Sonhei-te lentamente, em plena consciência do disfarce. Sabia-te irreal, mas o sonho restava devagar. Com pormenores tão lentos que o tempo me sobrava de pensar. Sentei-me ao pé de ti, junto ao meu sonho, e pude ler indícios, os símbolos que queria estavam lá. Sonhei-te porque sim: a confusão existe no real.
Amor com tremor de terra abalando montanhas e minérios nas entranhas da minha carne. Amor como relâmpago e sóis inaugurando auroras ou ateando faíscas e incêndios nas trevas da minha noite. Amor como açudes sangrando ou caudais e tempestades despencando dilúvios. E não me falem de ruínas nem de cinzas, nem de lama.
Pensava que os livros não têm peso. Quero dizer, flutuam no entendimento.Na memória. Ou melhor: equilibram-se porque não são gente. Não têm noites, não têm insónias. Não têm sono lá dentro.
Pensava que os livros são menos complexos do que nós. Mesmo quando não temos linha, quando não temos palavra. Mesmo quando não conseguimos respirar. Quando pensei nisso, tive uma vaga noção de título. E um hálito branco a querer ser página
Que a vida te seja suportável. Que a culpa não afogue a esperança. Que não te rendas nunca. Que o caminho que segues seja sempre escolhido entre dois pelo menos. Que te importe a vida tanto como tu a ela. Que não te agarre o vício de prolongar as despedidas. Que o peso da terra seja leve sobre os teus pobres ossos. Que a tua recordação traga lágrimas aos olhos de quem nunca te disse que te amava.
tacteante do essencial. medida breve do tempo onde o mínimo é máximo e o profundo um lento e íntimo respirar. instrumento do imedível. iludência das ideias e tormentoso segredo. assim se é fábula e prólogo._______ maliciosa a nostalgia do indesvendável músculo que nos amadurece e é espelho. ______e o tempo é renda...sim. deste lado do coração....invade.Me.
[...]"Uma mulher infeliz por ter amor de menos, outra infeliz por ter amor demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Coitado do amor, é sempre acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido em nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve. E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí é o luxo supremo. Qualquer amor - até aqueles que a gente inventa - merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, não é ele, somos nós."
"Nada há que se faça senão esperar que o amor regresse ao nosso corpo e nos rapte para uma outra partida."
" Se os pássaros sobrevoam as palavras para saudar o dia, é porque há festa nos olhos de quem nasce quantas vezes é preciso. Quase se adivinha um tempo de lembranças como um pretexto, uma fuga, um alibi para escapar à fadiga dos sonhos minguados. É então que os amigos trazem afectos que o tempo não corrompe e o vento se torna solidário das manhãs por onde se regressa à infância. "
"Nunca saberemos se os enganados são os sentidos ou os sentimentos, se viaja o comboio ou a nossa vontade se as cidades mudam de lugar ou se todas as casas são a mesma. Nunca saberemos se quem nos espera é quem nos deve esperar, nem sequer quem temos de aguardar no meio de um cais frio. Não sabemos nada. Avançamos às cegas e duvidamos se isto que se parece com a alegria é só o sinal definitivo de que nos voltámos a enganar."
"Eu estou escutando [...]o som conhecido da chuva caindo, e rezando para que todas as esperanças sejam encontradas... - Chuva chuva não vá, o sol pode voltar outro dia" Rain-Priscilla Ahn
Podíamos saber um pouco mais da morte. Mas não seria isso que nos faria ter vontade de morrer mais depressa.
Podíamos saber um pouco mais da vida. Talvez não precisássemos de viver tanto, quando só o que é preciso é saber que temos de viver.
Podíamos saber um pouco mais do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada sabemos do amor.
Ontem à tarde saí. Queria passear as lembranças que um dia de chuva faz crescer em nós. Há dias que o vento rondava a casa cheio de segredos incompletos a roçar-me a orelha. E eu não resisto ao sabor do vento e a uma boa história para enganar o frio. É fácil perdermo-nos nas ruas. Nunca se regressa pelos mesmos caminhos mas todos parecem iguais com o cheiro da chuva a deixar o alcatrão e a subir na memória de outras ruas. Mas há só um caminho que trilhamos. O corpo é uma bússola fiel que segue pela estrada enquanto o pó se levanta muito para além dos nossos passos.
"Ao fim são muito poucas as palavras que nos doem a sério e muito poucas as que conseguem alegrar a alma. São também muito poucas as pessoas que tocam o nosso coração e menos ainda as que o tocam muito tempo. E ao fim são pouquíssimas as coisas que em nossa vida a sério nos importam: poder amar alguém, sermos amados e não morrer depois dos nossos filhos."
"Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão... Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que,de mim, arrancam lágrimas e canções. Eu só poderia ACREDITAR em um Deus que soubesse DANÇAR. E quando vi meu demônio, pareceu-me sério, grave, profundo, solene.Era o espírito da gravidade. Ele é que faz cair todas as coisas. Não é com ira, mas com riso que se mata. Coragem! Vamos matar o espírito da gravidade! Eu aprendi a andar. Desde então, passei por mim a correr. Eu aprendi a voar. Desde então, não quero que me empurrem para mudar de lugar. Agora sou leve, agora vôo, agora vejo por baixo de mim mesmo, AGORA UM DEUS DANÇA EM MIM!" Friedrich Nietzsche
" por vezes, a distância que me separa das minhas mãos, é um rio de margens afastadas. as palavras procuram-me e chegam a pousar na minha boca, uma ou outra noite,mas quase sempre se perdem na água que transborda este imenso rio que vai já com trinta e dois metros de profundidade
As palavras estão se derramando como uma chuva sem fim num copo de papel Elas escorregam enquanto passam, escorrem através do universo Lagos de tristeza, ondas de alegria estão vagueando pela minha mente aberta Me possuindo e me acariciando
Glória ao mestre Nada vai mudar meu mundo Nada vai mudar meu mundo Imagens de uma luz quebrada que dançam ante mim como um milhão de olhos
Que me chamam repetidamente através do universo Pensamentos divagam como um vento sem rumo dentro de uma caixa de correspondências Eles caem cegamente enquanto fazem seus caminhos Através do universo Glória ao mestre...
Sons de risada, sombras da terra estão soando Por minhas vistas abertas convidando e excitando-me Amor imortal sem limite, que brilha ao meu redor como Um milhão de sóis, ele (o amor) me chama repetidamente Através do universo Glória ao mestre...
traduçao Across The Universe-Beatles voz-Fiona Apple
Amo a vida . Fascina-me o
mistério de existir.
Quero viver a magia de cada instante,
embriagar-me de alegria.
Que importa a nuvem no horizonte,
chuva de amanhã?
Hoje o sol inunda o meu dia.
[Helena Kolody]
governantes e partidos
“ Não quero ser governada por operários deslumbrados por terem a chave do cofre. Quero que me governe um homem bom e justo, que cuide para que, chegando a noite, todo mundo vá dormir cedo cansado com tanto trabalho que tinha pra fazer e FOI FEITO.” Adélia Prado
"Aquele que sabe e sabe que sabe
é sábio - segue-o
Aquele que sabe e não sabe que sabe
está a dormir - acorda-o
Aquele que não sabe e não sabe que não sabe
é um idiota - enxota-o
Aquele que não sabe e sabe que não sabe
é simples - ensina-o"
[Provérbio Árabe]
* * *
"Um provérbio indígena questiona se ,
somente quando for cortada a última árvore,
pescado o último peixe,
poluído o último rio,
é que as pessoas vão perceber
que não podem comer dinheiro."
* * *
"A curiosidade matou o gato
a satisfação trouxe-o de volta."
[provérbio inglês]
* * *
"Só conservamos o que amamos, só amamos o que compreendemos e só compreendemos o que nos ensinam." [provérbio indiano]
***
"Andava pelo deserto á procura de água. Encontrei petróleo. Morri de sede."
[provérbio árabe ]
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"O que é seu encontrará um caminho para chegar até você”.
[ditado chinês]