
sabes, mãe. uma asa não deixa de bater
porque cai do corpo de um pássaro.
o nome que nos dão, ao nascer,
fica nos retratos, nos envelopes intactos,
nos poemas que hás-de escrever.
às vezes, é o medo que escreve,
outras é o vento, quase sempre
é o vento que escreve, mãe,
quase sempre é o medo.
Alice Macedo Campos