sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

o sonho



Se o sonho fosse (como dizem)
uma trégua, um puro repouso de tua mente,
por que, se te despertam bruscamente,
sente que te roubaram a fortuna ?
Por que é tão triste madrugar ? A hora
nos despoja de um dom inconcebível,
tão íntimo que é apenas traduzível
numa modorra que a vigília doura
de sonhos, que bem podem ser reflexos
incompletos dos bens que estão na sombra,
de um orbe intemporal que não tem nome
e que o dia deforma em seus espelhos.
QUEM SERÁS ESTA NOITE NO SOMBRIO SONHO,
DO OUTRO LADO DE SEU MURO ?

Jorge Luis Borges in o outro, o mesmo

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