Arranhar a pele não é cheirar minha roupa.
Deitar no sofá não é entrar em minha solidão.
Segurar-se na parede não é observar meus quadros.
Tomar o meu café não é antecipar a minha boca.
Abrir minhas gavetas não é descobrir meus segredos.
Ouvir a minha respiração não é tirar o meu ar.
Satisfazer meus desejos não é conhecê-los.
Segurar minha mão não é explorar meu rosto.
Trocar a água da jarra não me deixará vivo.
Dividir a mesa não é repartir o prato.
Trancar a porta não fecha as saídas.
Copiar a minha letra não é repetir meu medo.
Amarrar os meus sapatos não me prende aos pés.
Gastar o tempo não é preenchê-lo.
Anotar na agenda não prova que existimos.
Ouvir uma música não é cantá-la.
Plantar uma árvore não é florescê-la.
Gerar um filho não é cuidá-lo.
Abandonar um livro não é lê-lo.
Sentir ciúme não controla o amor.
Esperar não é se adiantar.
Dormir em minha cama
ainda não é morar em minha casa.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário